Centro de Contingência foi criado pelo governo do Estado para monitorar casos suspeitos de coronavírus e recomendou que a cidade retornasse para a fase vermelha por causa dos indicadores, como ocupação de leitos de UTI. A Prefeitura afirma entender que a responsabilidade pelos leitos é do Estado.
A Prefeitura de Itaquaquecetuba informou nesta sexta-feira (3) que não vai seguir as recomendações do Centro de Contingência do Coronavírus de retrocesso para a fase vermelha do Plano São Paulo, em que apenas serviços essenciais são permitidos. Assim como o restante da região, a cidade está na fase laranja desde junho.
A recomendação, segundo o Centro de Contingência, foi feita porque o município apresenta taxa de ocupação de leitos de UTI bem acima de 80% e taxas de epidemia, de aumento de internações muito elevadas.
“Não vamos seguir a recomendação porque entendemos que o problema do alto índice de ocupação de leitos é um problema do Estado e do Santa Marcelina. Trabalhos de orientação estão sendo feitos pela Defesa Civil, que já higienizou 85 bairros da cidade. Não temos efetivo para fazer uma fiscalização mais rígida”, afirmou a Prefeitura nesta sexta-feira (3).
O governo do Estado afirmou nesta sexta que nos próximos dias “enviará à Prefeitura de Itaquaquecetuba uma nota técnica com detalhes sobre medidas e orientações de restrição. Cabe ao município atender à orientação do Governo de São Paulo e proteger a saúde da população”.
Estrutura de atendimento
Itaquaquecetuba conta ao todo com 22 leitos de UTI para Covid-19, todos no Hospital Santa Marcelina, que é estadual e também atende a moradores de outras cidades. A ocupação da UTI nesta quinta (2) estava em 95%.
A cidade recebeu em abril mais de R$ 4 milhões para lidar com a crise provocada pelo coronavírus e, na época, demonstrava estratégia tímida diante da pandemia. Em 16 de junho uma unidade foi reservada para atendimento exclusivo de pacientes com Covid-19. O local escolhido foi a UPA do Caiuby, onde foram disponibilizados 20 leitos, sendo cinco de estabilização, com ventiladores e monitores. A unidade, porém, não tem leitos de UTI.
Na época da inauguração, a Prefeitura já assumia que os leitos não eram suficientes, já que o município conta com quase 500 mil habitantes, principalmente diante da dificuldade de se adquirir equipamentos, por este motivo a administração está solicitando respiradores aos governos estadual e federal.
A administração municipal disse nesta quinta que solicitou em abril dez respiradores ao governo do Estado, que não chegaram.
“Em relação à abertura de leitos de UTI é de responsabilidade do Estado fazer essa ampliação, já que o Hospital Santa Marcelina tem atendido pacientes de quatro municípios da região e não somente de Itaquaquecetuba”, disse em nota.
Ainda de acordo com a administração municipal, a cidade por meio do hospital de campanha tem “cinco leitos com monitores multiparametro e bombas de infusão que se encontram disponíveis, desocupados, os quais o Governo do Estado de São Paulo não faz menção em sua estatística porque leito de UTI compete ao Estado e não à Prefeitura Municipal, cuja obrigação é atender a baixa complexidade.”
Em resposta, a Secretaria Estadual de Saúde informou que “o município erra ao dizer que o Governo não cumpriu com seus compromissos. Logo em janeiro de 2020 foi aberta a UTI Pediátrica no Hospital Regional de Ferraz de Vasconcelos, que possui 29 leitos exclusivos para COVID-19, somando 13 leitos de UTI e 16 de enfermaria. Também na próxima segunda-feira (6) serão iniciadas as atividades no HC de Suzano”.