A Prefeitura de Itaquaquecetuba deve encaminhar nesta quarta-feira (12) ao governo do estado um pedido de ajuda humanitária.
O balconista Mauri Pereira Nepomuceno diz que a Defesa Civil nunca foi até o local alertar eles de possíveis obras necessárias para garantir a segurança dos imóveis. “A gente vivia ali por falta de opção, aluguel mais barato”, diz.
Mauri ainda tenta organizar os móveis e os objetos pessoais que conseguiu salvar. Ele está morando numa casa que nem energia elétrica tem. Ele conta que três famílias moravam no imóvel que desabou, incluindo o dono.
“O dono da casa está desesperado. Arrumou uma casa de parentes dele para não ficar na chuva. Tem outra família que teve de arrumar casa de parente, porque a Defesa Civil veio e interditou o local, e disse que a gente não poderia retirar os nossos pertences. A gente está assim, no desespero”, diz Mauri.
A rua Padre Anchieta, na rua Maria Augusta também ficou tomada pela água. Eles dizem que todo o ano é a mesma coisa: chove e a água fica por dias para escoar.
Anderson Santos, coordenador de Defesa Civil, diz que a Prefeitura de Itaquaquecetuba identificou no ano passado alguns pontos de obstrução no rio Tietê como Vila Sônia e Maria Augusta, e foi realizado um trabalho de desassoreamento pelo Daee.
“A Defesa Civil encaminha ofícios à Secretaria de Serviços Urbanos para contribuir na microdrenagem.Um dos grandes problemas que a gente tenta alertar a população, é que os bairros têm o mesmo nível de cotas. Então qualquer nível para mais de acúmulo de água, ele acaba transbordando para os bairros”, diz.
Ele explica ainda a população pede para fazer o bombeamento da água, mas existe o vaso comunicante, que é a retirada da água para levar ao rio, mas ela acaba voltando pelo ralo das casas.
Já sobre a interdição dos imóveis no Jardim Morada Feliz, o coordenador explica que hoje há 30 áreas com o risco de desmoronamento na cidade, e a Defesa Civil acompanha a situação.
“O que a gente tem é uma insegurança da população em atender a Defesa Civil, com medo de ter uma interdição e não poder ali mais morar. Não estamos lá para prejudicar o morador, mas para prevenir a vida. Nós temos ainda, para as situações da área de risco, que se atentem às trincas. Nós estamos essa semana com um índice de chuva acumulado em 80 milímetros”, detalha.
A Defesa Civil do Estado emitiu um alerta para chuvas fortes, e em caso de deslizamentos ou outros problemas relacionados à chuva, para ligar ao 199.
“Hoje existe o Plano Municipal de Contingência, então as famílias que estão em risco, a gente reforça para elas não continuarem nessas casas, e nós temos os abrigos da prefeitura”, pontuou.