No dia da marcação, eles ainda precisam de paciência para esperar por horas.
Pais que levam os filhos para fazer exames do coração no hospital Santa Marcelina, em Itaquaquecetuba, reclamam da espera por meses para conseguir a consulta, que às vezes é cancelada em cima da hora. No dia da marcação, eles ainda precisam de paciência para esperar por horas.
A suspeita de um problema no coração da pequena Manoela, de 2 anos, surgiu em julho, mas o hospital Santa Marcelina em Itaquaquecetuba só tinha vaga para o exame de eletrocardiograma em outubro. Ou seja, já são quatro meses de angustia para o pai. Na unidade, ele ainda precisou esperar porque o médico chegou com três horas de atraso, alegando problemas particulares.
“Se ele não está, eu acredito que o hospital deveria ter um segundo plano, mas não deixar as crianças por tantas horas lá, inquietas, algumas até com problema de saúde mais sério ainda, por tanto tempo e sem nenhum posicionamento”, diz o autônomo Roberto Nogueira.
A aposentada Mary da Silva Santos marcou há cinco meses o exame para a filha Rafaela e está indignada. “Acaba dando muita tristeza na gente, porque você fica ansioso para saber. A gente não está vendo, é só através dos exames que a gente vai saber. A tristeza é muito grande”, relata.
“É muito frustrante, porque eu moro em Mogi das Cruzes. A gente passa, demora para ser atendido. Eles mandam a gente vir para outra cidade para ser atendido e ter esse péssimo atendimento”, reclama Priscila.
A situação é ainda pior para a dona de casa Clarice Sanches Barista e o filho dela, de cinco meses. Eles moram em Guararema e também não foram atendidos na semana passada.
“A gente perde tempo e fica aqui plantado esperando por um médico que nem aparece. É ruim para a criança”, diz.
A dona de casa Léia Pires Gama mora em Mogi das Cruzes, mas foi informada de que o único profissional na região que realiza o procedimento fica em Itaquaquecetuba. “Não custa nada ter uma sala com o aparelho. Eu peço que as autoridades do setor de saúde analisem a situação. Contratem outro médico, porque se este tiver um imprevisto, que outro ajude a população”, pontua.
A produção do Diário TV perguntou à Secretaria Estadual de Saúde se é possível adotar uma alternativa quando o médico falta e sobre a possibilidade de oferecer o mesmo exame em outra cidade do Alto Tietê, mas não teve uma resposta específica sobre isso.
O estado disse apenas que todos os pacientes que precisavam fazer o ecocardiograma nesta terça-feira foram atendidos e que apenas disponibiliza as vagas para os pacientes encaminhados pelos postos de saúde.