Jovem de 17 anos foi apreendido em casa. Durante a investigação foram analisados os celulares dele e dos dois assassinos e, de acordo com a polícia, os três aparelhos têm conversas claras sobre o planejamento das mortes.
Policiais civis apreenderam, na manhã desta terça-feira (19), o adolescente suspeito de ajudar a planejar o massacre que terminou com dez mortos na Escola Estadual Raul Brasil, em Suzano, na Grande São Paulo. O jovem de 17 anos foi apreendido em casa e levado ao Instituto Médico Legal (IML) da cidade, onde foi submetido a exame de corpo de delito. De lá, seguiu para o fórum.
Na quinta-feira (14), o adolescente chegou a se apresentar à Justiça, mas negou a participação e foi liberado. Durante a investigação, porém, foram analisados os celulares dele e dos dois assassinos e, de acordo com a polícia, os três aparelhos têm conversas claras sobre o planejamento das mortes.
Nesta segunda-feira (18), a polícia apresentou ao Ministério Público um relatório com os resultados das buscas feitas na casa do menor.
Com base nessas novas evidências, o promotor Rafael do Val pediu à Justiça a apreensão do adolescente. A juíza Erica Marcelina Cruz, da 1ª Vara de Suzano, autorizou a detenção.
O prazo da internação provisória do menor é de 45 dias, podendo ser prorrogada dependendo do depoimento dele, de laudos de sanidade, entre outros fatores.
Um representante da Comissão da Criança e do Adolescente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) deve acompanhar o menor no fórum. Lá, a juíza vai decidir para qual unidade da Fundação Casa ele será internado. Ainda de acordo com a OAB, o adolescente tem advogado constituído.
Segundo assessoria do Tribunal de Justiça (TJ) de São Paulo, o procedimento do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) determina que, se não for encontrada vaga em unidade da Fundação Casa para menor infrator, este deverá ficar pelo prazo máximo de cinco dias em cela especial de cadeia, aguardando vaga.
O ataque
Os assassinos de 17 e 25 anos eram ex-alunos da Escola Estadual Raul Brasil. Na manhã de quarta-feira (13), eles invadiram o colégio e mataram sete pessoas. Antes do massacre, um deles baleou e matou o próprio tio em uma loja de automóveis também em Suzano.
A investigação aponta que, depois do ataque na escola, um dos assassinos matou o comparsa e, em seguida, se suicidou. A polícia diz que os dois tinham um “pacto” segundo o qual cometeriam o crime e depois se suicidariam. Ainda não se sabe a motivação do massacre.
Segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP), o caso é investigado pela Delegacia de Suzano, com o apoio do Setor de Homicídios e Proteção à Pessoa da Seccional de Mogi das Cruzes. Até esta terça, 31 testemunhas foram ouvidas. Elas poderão ser chamadas novamente para prestar depoimento ao longo das investigações.